segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Jejum X Metabolismo


Há muito tempo atrás se acreditava que ficar muito tempo sem comer era a melhor forma de emagrecer. Depois da década de 60 muitos estudos avaliaram a relação entre o jejum, a perda de gordura corporal e alterações no metabolismo energético e pesquisadores começaram a perceber que a resposta ao jejum não era exatamente a que se pensava.
Ao contrário do que muita gente imagina, o jejum prolongado (principalmente quando ficamos mais de 4 a 5 horas sem comer) pode levar a aumento do peso e da gordura corporal, ao invés do emagrecimento desejado. Mas, por que isso ocorre?
O ser humano passou durante muitos e muitos anos por um processo evolutivo que permitiu a sobrevivência em diferentes situações. Há milhares de anos os homens comiam apenas aquilo que conseguiam caçar e colher e, portanto, nem sempre dispunham de muitos alimentos. Devido a situações como esta o organismo se adaptou de tal forma que ele é capaz de alterar seu funcionamento na falta de alimentos de uma maneira incrível: ele poupa muita energia.
O que toda esta questão evolutiva tem a ver com os períodos longos em que ficamos sem comer atualmente? TUDO! Quando ficamos muito tempo sem comer nosso corpo “entende” que estamos em um momento de escassez de alimentos e economiza energia, já que não sabe quando terá alimentos novamente. Aos poucos, quando fazemos isso frequentemente (muitos dias com intervalos de 4 a 5 horas sem comer), o organismo se adapta a gastar cada vez menos energia, “aperfeiçoando” o estoque e reduzindo o dispêndio. O resultado disso é uma diminuição cada vez maior do metabolismo basal (energia necessária para nos manter vivos) e grande dificuldade para emagrecer. Isso significa que quando as pessoas tentam diminuir a ingestão energética reduzindo a freqüência diária com que se alimentam elas acabam engordando justamente por causa disso. Quão contraditório pode ser nosso organismo, não?
Vale ressaltar ainda que dietas extremante restritivas (principalmente aquelas com valores calóricos abaixo de 1200 kcal) têm o mesmo efeito sobre o metabolismo que jejuns prolongados freqüentes. Para piorar a situação, quando decidimos por dietas como estas o problema vai se agravando aos poucos. Isso porque estas levam a um emagrecimento no início do tratamento (devido à alta restrição energética), mas logo em seguida a perda de peso cessa e o corpo estabiliza (passa a economizar energia). Com isso a pessoa deduz que tem que diminuir ainda mais o consumo de alimentos, prejudicando o organismo e a perda de peso de forma crescente.
Isso tudo é importante para salientar que sempre devemos manter boas opções de lanches conosco (em casa, no trabalho e nos treinos) para evitar longos períodos sem comer e que devemos sempre evitar dietas “ciladas” que prometem perda instantânea de gordura e peso. Para manter o metabolismo “funcionando” é preciso se alimentar bem e sempre!

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